As festas de final de ano estão
chegando e com elas a alegria dos encontros entre familiares, às vezes com
representantes de três ou quatro gerações unidos para renovar os laços de
amizade e parentesco.
É sempre muito bom, para quem
sabe aproveitar tais ocasiões, reconhecer o quanto a família cresceu, quais
pessoas gerou, como evoluiu em sua cultura, às práticas sociais, valores,
afetos, criou raízes, flores e frutos.
Para o idoso, contemplar a família representa conferir a história do
grupo percebendo a maturidade e autonomia alcançadas, a estrutura de cada
subgrupo que a constituiu, conferindo a cada pessoa o valor e a grandeza que a
ela cabe nessa delicada trama tecida a muitas mãos e que ainda se encontra em
formação. Entretanto, dirão as pessoas das
gerações mais jovens: é “coisa de velho”. E eu lhes responderei com a maior
alegria:
Não! Isso é coisa para os idosos que,
quanto mais envelhecem, mais valorizam a história familiar, reconhecendo nela
os altos e baixos, as tentativas bem ou mal sucedidas e a importância que cada
uma delas teve na evolução do grupo. Isso, também, é coisa para os mais jovens,
que merecem entender quanta energia, empenho, convicção todos tiveram que possuir,
quanta ousadia e coragem, quantos erros e acertos foram vividos e que geraram a
história familiar.
Se o que disse é verdadeiro por
que, então, não aproveitar as reuniões familiares de final de ano para
apresentar às gerações mais jovens o histórico familiar? Que tal convidar todos
a participar de uma brincadeira para montar a árvore genealógica da família? É mais fácil e mais divertido do que
organizar o “amigo secreto”.
Para organizar o jogo será
preciso providenciar, antes de a reunião ocorrer:
1. Uma
listagem dos nomes e idades das pessoas que participarão da festa;
2. Montar
times, de três ou quatro pessoas no máximo, misturando idades;
3. Providenciar
cartolinas, lápis de cera, lápis de cor, canetas hidrográficas, pinceis
atômicos de diferentes cores, tinta guache, vários pincéis, durex. A despesa
não é grande, mas é possível fazer uma vaquinha entre os mais entusiasmados;
4. Nas
cartolinas desenhe antes uma árvore com troncos e galhos. Aquele tio que
estudou administração sabe fazer um organograma – é mais ou menos isso.
5. Peça
para as pessoas trazerem fotos da família.
O jogo funciona assim:
1. No
dia, convidar todos os presentes na festa para participar da brincadeira;
2. Organizar
os times e explicar a regra e objetivo do jogo;
3. Cada
time escolherá perguntas que farão para conhecer melhor as histórias dos
participantes e das famílias. Primeiro só dos participantes do próprio time.
4.
Vale fofocas e histórias divertidas: como seu
nome foi escolhido, como convivia com seus pais e avós, quem ajudou a escolher
curso e profissão, como conheceu a namorada com quem casou...
5. As
perguntas e respostas devem ter a cara de uma entrevista de TV. Gravem no
celular ou, melhor ainda, filmem. Os adolescentes têm muita prática disso, vão
adorar fazer!
6. Dê
um tempo para a conclusão das entrevistas. Não deixe demorar muito para não
ficar chato.
7. Quando
todo mundo tiver as informações peça para irem colando, na Arvore Genealógica previamente desenhada, as fotos que trouxeram. As crianças vão adorar fazer isso!
8. Se
o pessoal estiver animado, uma boa é ir comentando as entrevistas, enquanto cola as fotos.
9. Não
deixem de gravar ou filmar também o momento da colagem e montagem.
10. Após
isso, todos devem compartilhar para todos, usando seus aplicativos, o que gravaram
ou filmaram. Se tiver alguém com habilidade de editar e fizer um filmete, será
ótimo.
Fazer a brincadeira de uma maneira mais legal ainda:
1.
Se houver duas festas (Natal e Ano Novo, por
exemplo), dividir o jogo em duas partes. Colar as fotos (do item 7 do jogo em
diante) e contar as histórias somente na segunda reunião.
2.
Preparar a exibição das entrevistas – editadas ou
não – na tela da teulevisão.
Além de todos se divertirem – no final é o que mais importa
em uma festa – haverá um enorme ganho no fortalecimento de laços afetivos,
percepção da identidade familiar, oportunidade dos idosos serem valorizados
pela família que construíram e os mais jovens se sentirem parte de uma linda
história.
Cara Malu. Percwbi, principalmente no parágrafo final, o DNA da especialista em projetos educacionais para idosos. Estou correta?
ResponderExcluirAnônima, grata por sua participação e comentário. Sou educadora apaixonada pelo processo de aprendizagem das pessoas de todas as idades porque em meu entender, a aprendizagem é o gatilho para o amadurecimento pessoal, a participação social consciente e a possibilidade de se contribuir para o crescimento de todos. Durante toda minha vida profissional desenvolvi projetos para as mais diversas idades e realidades,sempre com o foco na aprendizagem. Já há bom tempo descobri a presença do idoso e do quanto ele ainda pode e deve contribuir, pois já não é mais a idade que conta, mas a experiência. E, nesta etapa de minha vida, resolvi abraçar a ideia e o ideal de garantir àqueles com 60 anos ou mais - e aos que pretendem chegar a essas idades - modos de promover novas aprendizagens, novas aventuras, novos caminhos que resultem no compartilhar de experiências de vida, na autonomia, no respeito, admiração, no carinho que tanto essa população merece.
ExcluirOlá, Malú.
ResponderExcluirÓtima ideia para as festas de final de ano, afinal, é quando as pessoas ficam mais emotivas em relação aos familiares, aos amigos e sem esquecer dos apelos comerciais nas mídias.
Conhecer e entender de onde viemos para compreender onde estamos e nos preparar para onde queremos chegar. E, o mais importante, perceber que a família (de laços sanguíneos ou afetivos), é a base de tudo para nossa vida.
Aproveitando o tema, boas festas, Malú. Que Deus realize todos os teus desejos!!!
Abraços.
José Clemente Méo Jr.
José Clemente Méo Junior, mais uma vez, grata por sua presença. Creio que existam encontros que parecem talhados para determinadas atividades em um grupo heterogêneo. São oportunidades únicas que, sendo bem aproveitadas, ficarão na memória de todos como momentos muito significativos, de muito calor humano, carinho e gratidão. Creio que todos merecem essa chance, não? Grata por seus votos e por sua amizade.
ExcluirPuxa Malu que coisa boa... vou passar para algumas pessoas q conheço. Minha família é pequena.. hj tenho mãe e pai com Alzheimer...avós maternos e paternos falecidos assim como tios. Um irmão só... penso q gostaria ser maior ... o tempo passa rápido...um dia ela se foi e percebi lendo isso. Parabéns pelo seu trabalho. Sou sua fã. 🎀😚
ResponderExcluirMalu... que interessante esse método, não o conhecia, pena q minha família é tão pequena.. 1 irmão apenas mãe e pai com Alzheimer e avós maternos e paternos falecidos... tios tb... e lendo isso percebi o qto a vida passa rápido e nesse momento eles se foram... Puxa q reflexão e retorno ao passado... Vc é incrível... Sou sua fã. Vou compartilhar. 🤗😚😚
ResponderExcluirCláudia,seus comentários são sempre muito bem vindos. O mais importante, minha amiga, é entendermos o que você afirma, com toda a razão: a vida passa muito depressa e, muitas vezes, demoramos mais do que gostaríamos para entender isso. Não se lamente, porque tudo acontece no tempo certo. Lembre-se, porém, dos momentos alegres que a família passou junta, do quanto era bom abraçar e receber abraços e beijos de seus pais, avós e tios. E, por favor, quando estiver com seus pais não deixe de dizer-lhes, independentemente do nível em que se apresenta o Alzheimer, o quanto você os ama e, se possível, fale sobre esses momentos de alegria que você relembrou. Fale baixinho, pausadamente para que eles possam acompanhá-la, não importando se eles parecem ouvi-la ou não. Isso poderá fazer muito bem para vocês. Beijos.
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