INTEGRAR IDOSOS NAS REUNIÕES FAMILIARES

Uma das consequências do avanço tecnológico é o quase isolamento em que vivemos.  Preferimos trocar as conversas pessoais pelas mensagens escritas em WhatsApp, Face book ou em outros canais de comunicação digital e por conta disso já não necessitamos fazer nenhum outro esforço a não ser o de pegar o celular e enviar comentários, críticas, elogios, opiniões.

Mensagens diretas, objetivas, monossilábicas, onde o que importa é a rapidez com que enviamos nosso comentário para prender a atenção da outra pessoa, escrito sem maiores cuidados ou organização lógica do pensamento, pontuação, concordância, com abreviações que mais parecem um tipo de código e emojis engraçadinhos que garantem a sensação de que sentimentos estão sendo transmitidos juntamente com as mensagens.

Em minha infância, o dia de Natal, assim como os aniversários dos parentes mais idosos, era comemorado em casa de meus avós. Nessas ocasiões reuníamos pelo menos 22 pessoas da família. Aqueles eram dias aguardados por todos com muita alegria, pois sabíamos que o almoço avançaria

pela tarde inteira e que nos “alimentaríamos” com as delícias que minha avó, mãe e tias faziam especialmente para a ocasião, assim como das conversas que teríamos com todos, não importando as diferenças de idade ou de experiências de vida. Eram conversas que culminavam com muitas risadas, toques físicos, abraços e brincadeiras envolvendo todas as pessoas em perfeita comunhão!

Uma queixa bastante comum entre quem tem 60 anos ou mais diz respeito ao diálogo que as crianças e os jovens hoje em dia estabelecem entre si e principalmente quando em presença de pessoas mais velhas. A maioria das vezes ocorre um “diálogo digital” no qual ideias são trocadas por meio do WhatsApp e de outros aplicativos; pouco se verbaliza e todos os olhares e atenções se voltam para o celular na ânsia de que alguém inicie ou dê continuidade a uma conversa, mesmo que esse alguém esteja presente na mesma sala!

Hoje, as reuniões familiares juntam pessoas de diferentes idades que ficam duelando entre si, as mais jovens pelo direito de se divertirem conversando pelo WhatsApp, “dedilhando” mensagens comentando a chatice de tal reunião e, de outro lado, os mais velhos reclamando a atenção dos mais novos, julgando-os mal educados e impertinentes por prestarem mais atenção ao celular do que à presença das pessoas.

Nesse cenário todo parece até que as barreiras naturais que muitas vezes prejudicam ou impedem a comunicação entre as gerações são reforçadas pela simples existência desses aparelhos, os celulares. Então, surge a pergunta: tal situação não tem jeito?
Claro que tem. A resposta é mais simples e divertida do que se imagina, mas exige que a iniciativa seja tomada pelas pessoas mais velhas e que sua preparação seja feita com muita calma para atender a todos os níveis de conhecimento de quem estará presente na reunião.

Aqui vai o passo a passo da brincadeira:

1.  Enviar para cada criança e para a moçada presente à reunião, pelo WhatsApp, convite para participarem de um desafio e saber qual turma consegue atingir primeiro a meta estabelecida. Estabelecer quantas pessoas poderão participar de cada grupo, misturando, sempre, uma quantidade semelhante de crianças e adolescentes.

2.      Estabelecer que as pistas serão oferecidas via WhatsApp.

3.  Começar a encaminhar para os grupos: perguntas sobre a atualidade, conhecimentos gerais, matemática, charadas, ortografia, curiosidades etc. e também tarefas que impliquem a possibilidade de o grupo escolher uma pessoa mais velha, presente à reunião, elaborar uma pequena poesia ou música e apresentá-la aos demais ou ainda pedir que essa pessoa acompanhe o grupo na solução da próxima prova.

Cada tarefa deve envolver todas as crianças e jovens e contemplar, se possível algumas das pessoas idosas.

Todos irão se divertir muito!
E, certamente, este poderá ser um canal para se restabelecer o diálogo presencial, colocando as pessoas, desta vez, em primeiro plano.

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9 comentários:

  1. Olá, Malu! Gostei da sua proposta para integrar as diferentes gerações em nossas reuniões familiares, sem causar irritação ou chateação nos diferentes grupos. Concordo que deve haver mais interesse das gerações mais velhas pelas novidades da tecnologia. Afinal, é uma ferramenta preciosa quando bem usada.
    Parabéns, pelo seu blog! Até a próxima!


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    1. Sandra,grata por seu comentário! Não é possível condenar a tecnologia, muito menos as pessoas mais jovens por se colocarem tão conectadas. Então, minha sugestão é que possamos promover a integração multigeracional através do lúdico, de propostas que mobilizem todas as pessoas, não desprezando a tecnologia, mas colocando-a a serviço das pessoas nessa integração. Beijos.

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    1. Susete Romano, seja bem vinda! Grata por sua participação. Falaremos mais vezes sobre essas questões. Beijos

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  3. Legal Malu, em nossas reuniões fomos informados que o Whatsapp é a ferramenta mais utilizada pelos 60+ de todo o mundo, portanto, a mais apropriada para esta integração ! Achei ótima a idéia, que tal desenvolvermos algo neste sentido ? Não apenas para a integração familiar, mas também como uma rede de apoio aos idosos solitários?

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  4. Eduardo Meyer, grata por seu comentário, prezado amigo! Podemos combinar de conversarmos sobre esse assunto específico, bastante atual e que atinge não apenas os brasileiros de todas as idades, mas o mundo inteiro . Um grande abraço.

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  5. Achei muito interessante sua proposta para envolver toda as pessoas presentes em uma festa familiar, pois além da presença, muitas vezes "incomoda", dos aparelhos tecnológicos há também um certo desinteresse dos mais novos pelas conversas com os mais velhos. Boa ideia!

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  6. Mônica Mendes, grata por sua participação! Acredito que esse seja um jeito de fazer todos participarem dessas reuniões tal como ocorria há tempos atrás, sem desprezar a tecnologia, mas fazendo dela nossa aliada. Beijos, amiga!

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