Mudar de hábito não é para
qualquer um, é mais complicado ainda para os idosos. Exige, de quem se habilita a
viver essa experiência, que tenha determinação para aceitar as mudanças, disponibilidade
para viver o novo, desprendimento do que se acostumou a fazer e disciplina para
não desistir no primeiro obstáculo.
Os hábitos que criamos deveriam
ser revistos de tempos em tempos, pois como tudo nesta vida, também eles precisam
ser atualizados. Hábitos são como vícios: depois de instalados, adquirem uma
força descomunal a ponto de nos fazerem associá-los à energia motriz que nos
impulsiona a viver.
Recentemente, conversando com uma
menina de 8 anos, filha de amigos queridos, me surpreendi com o seu comentário.
— Minha bisavó que é bem
velhinha, fala assim comigo: “O hábito faz o monge”. Ela fala isso e espera que eu entenda! Você
sabe o que ela quer dizer?
Para nós, os idosos, quando os
hábitos que devemos mudar se relacionam à saúde pessoal então, a situação
fica pior. Comemos mal, dormimos pouco, passamos horas seguidas em frente ao
notebook ou vendo televisão, não praticamos esportes, ingerimos pouca água, nos
conectamos ao mundo pelo celular, mas não nos relacionamos com as pessoas de
nossa família, vivemos agitados, nervosos, estressados.
Quem possui mais de 60 anos, teve maiores chances de viver situações
que, pela potência com que se apresentam, acabam por comprometer nossa saúde
física e mental. A doença de um parente próximo e querido, a ausência
inesperada de um “amigo de fé, irmão camarada”, o falecimento de nosso animal
de estimação, que se revelou a única “pessoa” capaz de nos entender sem que
precisássemos falar nada a ele, a demissão abrupta do cargo que imaginávamos...
Cada um desses acontecimentos tem
o poder de nos desestabilizar a ponto de nos fazer adoecer. E, invariavelmente,
nessa hora, ouviremos dos médicos a orientação: “É preciso criar hábitos mais
saudáveis: caminhar, pelo menos 30 minutos diariamente, alimentar-se de forma
adequada mantendo intervalos de 3 horas entre cada refeição, dormir 8 horas por
noite etc..”
O interessante é que, durante o
tratamento, a vontade de nos livrarmos do desconforto que a doença provoca é
tão intensa, que assumimos o compromisso de fazer o que for preciso para
recuperar nossa saúde e bem estar. E, de repente, num certo dia, como se por um
passe de mágica, voltamos a ter saúde e somos dispensados do tratamento!
E aí é que vem a parte mais difícil dessa história, porque
com a suspensão do tratamento, toda a vida, que até aquele momento havia ficado
em segundo plano, retorna com a força e as exigências que tão bem conhecemos e
a tendência é que, aos poucos, nos deixemos por ela ser levados e voltemos a
fazer tudo exatamente como fazíamos antes de iniciarmos o tratamento.
O que se espera que façamos? No mínimo, que continuemos praticando as orientações que recebemos assumindo-as como novos hábitos.
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Muito obrigada!
muito interessante a visão feliz do idoso,com uma abordagem cientifica esclarecedora . Adorei a postagem !
ResponderExcluirGrata, Angela Cotrofe, pelo seu comentário e incentivo! Beijos
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