IDOSOS PODEM CONQUISTAR OS JOVENS, SE DIVERTIR ENSINANDO E APRENDENDO






Na relação com os jovens, principalmente as crianças – chamamos de intergeracional – os idosos podem criar um ambiente de aprendizado. Entretanto, a maior conquista será que todos se divertirão muito e os laços de amor serão aprofundados.

Primeiro de tudo é preciso lembrar que aprender é atividade inerente ao ser humano em qualquer idade. O homem é curioso, pensa, questiona, coloca em dúvida a ordem estabelecida e percebe possibilidades inéditas de agir. O fato de questionar-se e indagar o ambiente o faz buscar responder suas perguntas, encontrar alternativas de soluções que possam satisfazê-lo. Assim, fazendo aprende. Através do ensaio e erro, de acertos e desacertos se desenvolve e, ao mesmo tempo, participa e auxilia no desenvolvimento da sociedade. Isso é uma vantagem para os idosos, eles erraram e acertaram mais; portanto sabem!

Aprender gera prazer. Por ser ato pessoal é experiência única, intransferível. É prática que se vive, sempre, individualmente, conquista de cada um, embora possa ser socializada como conhecimento adquirido.

Cada pessoa ao se desenvolver repete, em suas experiências, o modo como a humanidade se desenvolveu. Assim, para toda a aprendizagem há um percurso de maturação a ser feito e, como resultado, teremos pessoas mais ajustadas ao seu ambiente, com vivências únicas que transformam sua realidade, fortalecendo-as nos aspectos físicos, cognitivos e psicossociais.

Por onde se dá início às aprendizagens? Pelos órgãos dos sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato. O ambiente em que a criança vive é rico em estímulos. Desde o útero, o bebê se acostuma com os sons que ouve, seja do organismo de sua mãe ou de sua voz; a partir do sexto mês de gravidez, já com os ouvidos totalmente desenvolvidos, escuta o ambiente externo e a ele responde.

Ao nascer, uma profusão de odores, sabores, imagens, toques, ruídos, cores desafiam a criança e a instigam a desbravá-los. Ela se vale de todos os recursos disponíveis e interage com o ambiente. E sobre ele aprende, conquista novos conhecimentos. Conhecendo o seu entorno, aprofunda-se no conhecimento sobre si mesma.

Há um sem número de atividades que poderão ser aproveitadas para estimular os órgãos dos sentidos e mantê-los preservados tanto das crianças quanto das pessoas idosas.

Comecemos pelo tato.

Separe vários objetos, utilizando desde gravuras retiradas de revistas, fotos familiares, novelos de lã, tecidos, talheres, pincéis, brinquedos e tudo o que se puder colocar em uma caixa fechada ou em um saco de TNT grande.

O mais importante, aqui, é que os objetos usados não sejam unicamente ilustrações impressas que muitas vezes distorcem o estímulo e refletem uma realidade distante, talvez desconhecida para quem participa do jogo.

A foto de um coelho, por exemplo, pode ter um título? Quem pode dizer algo sobre ele? Como é tocá-lo? Qual a sensação que dá? Com o que se parece? É macio? Áspero? O que ele come? Como anda?

Aqui vale fazer o maior número de referências sobre o coelho, comparando-o aos objetos que estão na caixa ou no saco de TNT. As crianças, adolescentes, adultos e idosos que participam deste momento têm histórias para contar sobre sua experiência com este animal?

O vovô e a vovó podem transformar as brincadeiras com seus netos – e mesmo com adolescentes desde que descubra quais seus interesses - ajustando estas dicas. Atenção: vocês estão em um processo de ensino e aprendizagem, porém têm que ser brincando e se divertindo.