Meu pai foi uma pessoa com quem
todos gostavam de conversar. Ele não se intimidava em enfrentar situações novas
e, nessas ocasiões sempre comentava algo a respeito de um fato conhecido por
todos ou sobre alguém presente na rodinha na qual se encontrava – um elogio,
geralmente – de forma tal que fazia as pessoas se descontraírem o suficiente
para começarem a aproveitar sua presença naquele grupo.
Poucas vezes vi meu pai perder o
controle e, quando isso acontecia, sabíamos que precisava ficar sozinho,
preferindo amargar seu desgosto quieto, pensativo, até se cansar. Então voltava
a ser a pessoa falante e alegre que tão bem conhecíamos e tanto admirávamos.